Na saída do jogo o clima era levemente melancólico. Vencer a primeira partida da final do Paulistão por 1 x 0, jogando no Allianz Parque, nos deu a vantagem do empate, mas a perda de um pênalti e a ineficiência tendo um jogador a mais por quase todo o segundo tempo deixou um gosto amargo na vitória. Para alguns, parecia que nem sequer havíamos vencido. Tudo porque, em mata-mata, o placar de 1 x 0 traz consigo um velho dilema: vale mais se agarrar a essa vantagem e segurar o jogo, ou ir pra cima sem considerar o placar já favorável e resolver a fatura de uma vez?
Consideremos antes de mais nada que melhor uma vantagem mínima do que vantagem nenhuma. O palmeirense que nesta segunda-feira continua remoendo o que poderia ter sido está definitivamente vendo o copo meio vazio.
Além disso, enquanto a equipe quis jogar, nos 45 minutos iniciais, o Santos mal viu a cor da bola. Saímos para o intervalo com um jogo que estava na mão, e estaria mais ainda, não fosse a péssima arbitragem, que deixou de marcar penalidade claríssima em Leandro Pereira.
Já o dilema persiste, porque não tem resposta pronta, a solução depende da consideração do contexto. Oswaldo deve estar desde ontem pensando: temos time para tentar encurralar o Santos em sua casa, praticamente liquidando a decisão se acharmos um gol? Temos, e já fizemos isso em diversas partidas no campeonato. Contra São Paulo, Corinthians e o próprio Santos, nos minutos iniciais da partida. Mas vale a pena correr tanto risco, se expondo tendo 1 x 0 a nosso favor no placar? Talvez não.
O ponto é que chegamos à final como a zaga menos vazada da competição e temos um ataque muito rápido, principalmente com Robinho puxando os contra-ataques no lugar de Arouca, machucado.
Além disso, é preciso pensarmos que o tipo de jogo proposto por nosso adversário beneficia-se justamente da exploração dos contra-ataques. Nos demos muito bem neste sentido com a ausência do Robinho deles, principal responsável por estas jogadas. Nos nossos domínios, não havia escolha, tínhamos que ir para cima, e este desfalque nos ajudou muito a fazer isto com tranquilidade.
Lá na Vila, temos que usar esta vantagem a nosso favor, deixando toda a pressão para eles. Armemos o contra-ataque, e deixem que eles tentem se lançar com tudo para cima. Com jogadores leves como Dudu, Robinho, Cleiton Xavier, Valdívia e Kelvin tendo espaço, a partida pode se desenhar de maneira bem favorável, para dizer o mínimo.
Dá-lhe Porco, rumo a mais uma taça!