Após mais um revés no Brasileiro, na derrota por 1 x 0 para o Internacional no Pacaembu, a situação na tabela continua delicada. Temos os mesmos 17 pontos do Criciúma, mas nos critérios de desempate nos mantivemos mais uma rodada fora do Z4. A derrota em si não deve gerar nenhuma frustração maior do que aquela já vivida ao longo de todo o ano de 2014. Ficou evidente que nossa luta neste ano é, de fato, para não cair. Sendo assim, uma derrota em casa, com time desfalcado, para o Internacional, que briga no G4, não chega a surpreender. Torcíamos apenas por um daqueles acasos que o futebol pode proporcionar. Frustrante, na realidade, é a demora para o time começar uma reação.
Antes de qualquer análise da bola rolando, é preciso dizer: que diferença faz vender ingressos a preços mais palatáveis! Tivemos casa cheia, mais de 30 mil torcedores apoiando, enquanto nas contas dos pseudo-profissionais que acreditam que preço alto de ingresso aumenta a arrecadação, mantínhamos média de público de 8 mil por jogo e faturamento muito inferior. O Palmeiras, como todos os demais times que reduziram o preço, é mais uma prova de que valores mais baixos só melhoram a qualidade do espetáculo e a renda das partidas!
Em relação ao time, o diagnóstico já pode ser feito com segurança: temos uma lacuna grande no setor de armação, o que tem complicado muito a criação de lances claros de gol. Gareca tem nitidamente tentado contornar a falta de qualidade técnica no meio forçando o jogo pelas laterais. As subidas pelos flancos têm sido tentadas insistentemente, mas também não chegam a levar perigo. Chutamos apenas duas vezes em direção ao gol, número pífio para quem atua em casa e precisa desesperadamente somar pontos.
Na defesa, estamos longe ainda de um esquema sólido. A bola chega com muita facilidade dentro da pequena área, e mesmo que Fábio ande sendo responsável por muitos gols que sofremos (como foi também nesta última partida), é preciso reconhecer que em todos os jogos tem também feito defesas fenomenais, nos livrando de placares até elásticos.
Nesta conjuntura toda, ninguém está mais isento de culpa. O time continua sendo de nível mediano para ruim, e o trabalho que Gareca vem tentando implementar até aqui não está dando resultados. Me parece que nosso treinador está se equivocando ao tentar logo de cara apresentar um futebol ofensivo, de toque de bola, talvez por estar ansioso para mostrar um bom trabalho e justificar perante a pedante imprensa local, a vinda de um técnico estrangeiro para o Brasil.
Brunoro diz que fará uma reunião com Gareca nesta semana para discutir o trabalho e os métodos e táticas utilizados, mas já adiantou que uma demissão está fora de cogitação. Nisso o dirigente está absolutamente certo. É preciso que alguém diga a Gareca que o futebol vistoso que já mostrou saber implementar deve ser buscado num segundo momento. Agora, deve-se apenas fechar a casinha, mesmo jogando feio, o importante é não perder, para assim conseguir se distanciar do descenso. Somente quando não estivermos mais correndo tantos riscos poderemos voltar a buscar o que de fato merecemos, que é um time que vai para cima e joga bonito.
Gareca está pecando porque quer agradar muito cedo, quando não tem nem tranquilidade, nem um elenco capaz de dar bons resultados tão rápido. O “bom futebol” já ficou para 2015, agora é hora de parar de tomar gols e procurar aquele golzinho salvador do jeito que der.
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