A demissão de Ricardo Gareca, após apenas 13 jogos e 8 derrotas, é o chute definitivo em qualquer resquício de planejamento que ainda restasse à gestão de Paulo Nobre. Fui tomado de surpresa pelo anúncio, pois todas as declarações levavam a crer que seria feito o mais sensato: chamar Gareca para uma conversa para discutir os métodos utilizados, que obviamente não estavam funcionando.
O técnico admitiu ter dificuldades para armar uma equipe mais recuada, afirmando não ser este seu estilo. Desde o início, Gareca quis fazer o Palmeiras encarar de peito aberto qualquer adversário, atitude corajosa e que merece ser reconhecida, mas certamente também muito ingênua e pouco prudente. Não temos elenco e nem estamos em situação confortável o bastante para correr o risco que corríamos nos expondo tanto a adversários em geral superiores tecnicamente. É preciso saber reconhecer que para tudo há momentos, e o momento atual era de jogar recuado, esperando uma oportunidade para levar alguns pontinhos para casa.
Seja como for, voltamos à estaca zero. Como o próprio presidente palmeirense reconheceu na coletiva de imprensa, no longo prazo o currículo de Gareca mostra que os resultados viriam. Mas o planejamento foi mais uma vez vencido pelo desespero, a conversa foi deixada de lado, rasgando-se mais um contrato, e o próximo treinador deverá ser mais do mesmo que estamos acostumados a ver.
Provavelmente não cairemos, pois o que precisamos agora é apenas de uma dose de pragmatismo, suficiente para somar alguns pontos e ficar no meio da tabela. Mas para ir mais longe nas próximas temporadas, será preciso algo mais do que qualquer treinador que vejo hoje à disposição pode oferecer.
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