sexta-feira, 18 de julho de 2014

Prancheta: Santos 2 x 0 Palmeiras


Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/ Divulgação
No jogo de retorno do Campeonato Brasileiro e estreia do novo técnico, Ricardo Gareca, o Palmeiras teve desempenho apenas razoável na derrota por 2 x 0 para o Santos. O que vimos em campo deixou claro que, permanecendo este o elenco, deveremos terminar o ano mais ou menos no lugar em que estamos, da metade para baixo da tabela.

Mas não é porque saímos com uma derrota até contundente no “clássico”, que tudo o que vimos foi ruim. Na realidade, apesar dos dois gols sofridos em falhas da marcação, foi possível perceber um time que começa a apresentar uma defesa bem armada, com as linhas de defensores e de meio campo bem compactadas. O Santos tinha dificuldades para conseguir a infiltração, sendo obrigado a girar a bola fora da grande área, a procura de algum espaço.

Por outro lado, o mesmo não pode ser dito a respeito do ataque. Do meio para frente o time foi muito mal, não conseguindo criar nenhum lance claro de gol ao longo de toda a partida. Leandro, em noite lamentável, tropeçava na bola e fazia com que as grandes oportunidades de contra-ataque terminassem em seus pés. Wesley, o jogador com maior tempo de posse de bola na partida (só ele teve 10% do total de posse no jogo!), errava muitos passes, dificultando a subida ao ataque. Bruno César, que herdou a dura missão de substituir Valdívia, não conseguiu se encontrar na partida. Por fim, Wendel, o eterno coringa da lateral direita, foi o jogador que mais errou passes no confronto, com 16 tentativas frustradas. Ou seja, com tantos erros individuais, fica difícil ir a algum lugar.

Os destaques positivos na partida ficaram por conta de dois estreantes. O zagueiro Tobio, recém contratado, fez partida discreta, mas segura. Erik, centroavante trazido da base por Gareca, entrou no segundo tempo e não decepcionou, dentro das limitações que o time todo apresentava no jogo. Tentou imprimir velocidade nos contra-ataques e ainda conseguiu uma boa finalização ao gol (importante ressaltar que o time chutou apenas quatro vezes no gol), batendo sem ângulo na corrida. Aranha deu rebote nos pés de Leandro, que mais uma vez se atrapalhou com a bola e não conseguiu fazer nada.

Tenho excelentes expectativas com as propostas de Gareca, e o esboço de seu trabalho que pudemos observar sugeriu que o novo treinador está no caminho para montar uma equipe taticamente bem organizada. Porém, ficou muito evidente a limitação imposta pelo elenco. A saída de Valdívia neste momento era tão esperada, mas tão esperada, que mais uma vez a diretoria merece críticas duras não por sua venda, mas por não ter engatilhado uma grande contratação para suprir o peso e a importância da camisa 10. O espaço deixado na folha de pagamento pelo gordo salário do chileno não deve ser visto como uma economia para o clube, mas como carta na manga para trazer um substituto à altura. Além disso, Nobre e Brunoro mais uma vez desperdiçaram uma pausa longa na temporada para contratar jogadores nas duas posições a mais tempo carentes: um lateral-direito e um centroavante. Desde o início de 2014 estas lacunas são apontadas, e com a doação de Kardec o problema só aumentou. Mas parece que para nossos comandantes, montar um elenco competitivo é questão secundária.

A lição tirada da partida de ontem foi contundente: sem reforçar o elenco, não temos nenhuma chance de passar da metade da tabela. Falta qualidade, reposição e opções em muitos setores essenciais (camisa 10, lateral direita e centroavante). A permanecer tudo como está, teremos que aguardar 2015 para que o trabalho de Gareca possa realmente dar resultados.

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