segunda-feira, 28 de julho de 2014

Prancheta: Corinthians 2 x 0 Palmeiras

No primeiro derby do Estádio Isentão, fomos derrotados por 2 x 0, sem margem para questionamento algum sobre a justiça do placar. Desta vez nem no segundo tempo jogamos bem, o time ficou recuado durante 90 minutos, teoricamente à espera de um contra-ataque que nunca aconteceu. O adversário, em compensação, em poucos momentos ofereceu espaços, sufocou a saída desde o goleiro Fábio. Sem nenhum jogador mais talentoso para colocar a bola debaixo do braço e organizar o jogo, fomos presa fácil, conhecemos a sexta partida seguida sem vitória neste Brasileirão, e já olhamos muito mais para a parte inferior da tabela do que para o G4.

Os números da partida não ilustram exatamente o que se viu em campo. O Palmeiras incrivelmente teve mais posse de bola (52,8%), mas não sabia exatamente o que fazer com ela. Tivemos ainda 87% de aproveitamento nos passes e 24 dribles aplicados (contra somente 13 do adversário). Porém, as estatísticas se explicam quando olhamos para as finalizações. Enquanto o Corinthians chutou 14 vezes, 9 em direção ao gol, chutamos apenas 7, e somente uma poderia ter se convertido em gol, caso Cássio deixasse passar. Número esdrúxulo, que evidencia que toda a posse de bola, dribles e aproveitamento nos passes aconteceu, na realidade, do meio de campo para trás. Ou seja, no derby, o Palmeiras foi inofensivo.

É surreal que tentem pressionar Gareca pelos resultados ruins em suas três primeiras partidas no Campeonato Brasileiro. Nenhum técnico é contratado para fazer milagres, mas para organizar em campo os jogadores que a diretoria dá a ele. As perguntas da imprensa na coletiva após o jogo, entorno do que Gareca pensa de seu futuro no Palmeiras, são de uma falta de escrúpulos vergonhosa, pois todos conhecem os verdadeiros responsáveis pela fragilidade técnica do time. Nobre e Brunoro estão realizando um desmanche no elenco enquanto a bola está rolando e lutamos contra as adversidades para tentar encontrar um caminho.

Estamos perdendo um jogador atrás do outro, sem nenhuma preocupação se o elenco está ficando capenga. William Matheus, que começava a ter chances como titular só agora, e Juninho, seu reserva, saíram sem que a diretoria congitasse pensar que isso prejudicaria o time. Ficamos apenas com uma aposta da base na lateral esquerda, enquanto na direita, desde janeiro jogamos com um volante improvisado! Valdívia saiu, a bagunça e falta de criatividade no meio campo reinam, sendo denunciada até mesmo por Wesley após a partida contra o Cruzeiro. Henrique é o único centroavante, que veio também como uma aposta, e ninguém está com pressa para trazer alguém para vestir dignamente a 9 e ser titular.

O que quer um time que encara assim, em ritmo de treino, o principal torneio do ano? Acham que o Palmeiras não tem nenhuma obrigação de jogar um bom futebol, ou pensam que rebaixamento não é coisa com que, infelizmente, temos que nos preocupar?

E no meio de toda a bagunça que se tornou 2014, temos um semi-amistoso contra a Fiorentina, na quarta-feira. O time italiano, ainda em pré-temporada, não tem nada com isso, o problema é só do Palmeiras, que brinca com fogo, porque ao invés de aproveitar a semana cheia para treinar mais a equipe, recuperar jogadores e tentar corrigir alguma coisa (na medida do possível), Gareca terá que levar sabe-se lá que time a campo na quarta-feira. Sinceramente, melhor que Gareca não tenha pudores e escale de uma vez a equipe sub-20. Quem sabe pelo menos assim o jogo não serve para descobrir mais um ou dois jogadores que diminuam um pouco a fragilidade técnica do time titular.

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