quarta-feira, 29 de maio de 2013

Liderança para voltar à série A, mas com futebol de série B

Mais uma vez, valeu pelos 3 pontos. Contra o ASA, assim como em nossa partida de estreia contra o CAG, o time abusou dos erros de passe e a defesa cometeu falhas de posicionamento que felizmente não chegaram a permitir que o frágil adversário fizesse o gol de honra. Com o resultado, já na segunda rodada do campeonato, chegamos à liderança, e de lá não podemos mais sair.

Com uma formação um pouco menos ofensiva do que na partida anterior, o Palmeiras foi a campo com dois atacantes. Kléber e Leandro foram bem, ambos demonstrando vontade. Kléber desencantou e fez o primeiro gol, e Leandro deu passe para os três tentos. Porém, como de praxe, alguém tinha que sair lesionado do jogo, e ontem foi a vez de Kléber, que saiu no intervalo com dores no joelho. Uma pena, poderia ter sido uma noite para cair minimamente nas graças da torcida palmeirense.

O problema do time, no entanto, estava no meio campo. Neste setor já até nos habituamos a ver pouca coisa dar certo. Wesley errou quase tudo que tentou, e Márcio Araujo e Charles não se entenderam no posicionamento. Apenas Thiago Real, apesar de não ser brilhante, fez um jogo seguro. A confusão em nosso meio de campo resultou em uma facilidade enorme para o ASA chegar à nossa área, onde a bola era rebatida por Henrique e M. Ramos, caía no meio de campo e em pouco tempo já voltava a ter que ser cortada na defesa.

Mesmo com uma atuação que deixou muito a desejar, a superioridade palmeirense era tanta que só com o gás da primeira etapa matamos o jogo, e o segundo tempo foi apenas uma espera de 45 minutos pelo apito final do juiz.

Como disse no post anterior, série B para um time como o Palmeiras não serve somente para voltar à série A. O campeonato é uma oportunidade de fazer uma excelente pré-temporada para 2014. Isso significa buscar uma evolução tática e técnica jogo a jogo. Neste ponto a situação é um pouco preocupante, porque o time que estamos vendo hoje em campo não apresentou absolutamente nenhuma evolução em relação àquele que foi eliminado no Paulista e na Libertadores. Mesmo ao longo do interminável campeonato estadual, pouco progresso foi feito. É nítida a falta de proposta de jogo, principalmente quando a bola fica rodando no meio e não observamos a movimentação do time para buscar algo. Afinal, qual é o esquema de jogo deste Palmeiras? É um time que quer ser ofensivo? É defensivo? Procura atuar nos contra-ataques? Até hoje não sabemos. A única coisa que vemos é um time que limita-se a ficar a partida toda esperando que oportunidades surjam em falhas do adversário, enquanto tomamos sustos na defesa. Contra times fracos como ASA e CAG, as chances naturalmente surgem e não há poder ofensivo suficiente do adversário para sofrermos gols, mas contra times pouco mais qualificados a situação é diferente, como vimos nas duas competições em que fomos eliminados em 2013.

O time ainda é muito limitado tecnicamente e precisa ser reforçado? Sim. Mas isso não impede que Kleina mostre estar fazendo sua parte e defina de uma vez por todas de que maneira esse time vai atuar. Entre a eliminação no Paulista e o início da série B tivemos um intervalo de 30 dias com apenas um jogo, e mesmo assim nada melhorou. Há questões básicas que chamam a atenção, como escalar três volantes, como ontem, e ainda assim não conseguir ter domínio da posse de bola, insistindo nos bicos para frente na defesa. É muito pouco para quem teve tanto tempo para trabalhar.

Se Kleina julgar que o problema neste esquema, por exemplo, está na qualidade dos volantes a disposição no elenco, que não faça a opção de escalar Wesley, M. Araujo e Charles no time titular! Jogue com três zagueiros, com três atacantes, mas não com três volantes. Mas se optar por manter os três no time, o esquema precisa começar a funcionar.

Nesta “pré-temporada” que deve ser a série B, a bola está nas mãos da diretoria e da comissão técnica. Se ambas não fizerem sua parte, naturalmente subiremos de volta à série A, mas jogando um futebolzinho pouco diferente do que nos levou à série B. É isso que queremos?

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