domingo, 28 de abril de 2013

Leituras da eliminação

Nossa participação no entediante Campeonato Paulista chegou ao fim após mais um empate em um clássico muito equilibrado. O time não jogou bem, ainda que não tenha faltado vontade contra o fraco time do Santos, que se mostra extremamente dependente de Neymar, sem o qual é um time bem limitado, mesmo com outras figurinhas carimbadas no elenco.

Perdemos a oportunidade de chegar tranquilamente na final, e na realidade fizemos muito pouco para merecer isso. O time, mesmo com toda a disposição para lutar pela vitória, estava um tanto perdido no setor ofensivo. Era notória a falta de opções para fazer a bola chegar redonda ao arremate final, que era conseguido apenas em jogadas individuais de Vinicius e Leandro, ou de cruzamentos para o meio da área. Chamava atenção a forma pouco compacta com que o time atuou, fazendo com que nossos ataques ocorressem com um ou nenhum jogador na área para tentar concluir ou pegar um eventual rebote. Neste cenário era difícil de enxergar a possibilidade de um gol ser desenhado por meio de uma jogada coordenada. As únicas oportunidades que tivemos no primeiro tempo foram um chute de longe de Leandro e uma bola desviada no meio da área, que saiu por muito pouco.

Enquanto isso o Santos fazia ainda menos que nós, mas em um chute torto de Neymar, Cícero conseguiu se esticar e desviar a bola para dentro. No lance nota-se uma falha grave de nossa defesa, pois os três defensores que estavam pouco antes do chute cercando Cícero, na hora do chute se esqueceram do jogador santista e foram marcar a bola, deixando-o completamente livre, ainda que não tenha feito nenhum movimento para conseguir se desmarcar.

Após o gol pioramos muito e demos campo ao adversário. No segundo tempo a entrada de Kléber foi positiva, e recuperamos a iniciativa de jogo, mas continuava perceptível a falta de entrosamento e/ou qualidade para armar boas jogadas. A defesa do Santos, como sempre uma mãe, nos dava todo o espaço para criar, mas não conseguíamos. Somente aos 40 minutos um cruzamento encontrou Kléber sozinho no meio da pequena área, e de cabeça nosso camisa 9 converteu. A freguesia santista parecia que ia voltar e nossa moral para os pênaltis era grande.

Infelizmente não vencemos devido a dois pênaltis mal batidos que facilitaram a vida do goleiro santista.

Destaque positivo na partida foi a atuação de Bruno. Um verdadeiro monstro! A eliminação não pode ofuscar aos olhos do torcedor a qualidade que demonstrou. Evitou dois gols certos cara a cara com Neymar, além de ter feito outras defesas muito complicadas. Bruno não é, ao menos hoje, um goleiro espetacular, mas merece muito respeito da torcida, pois com a experiência pode crescer.

Quanto à fragilidade ofensiva da equipe, é difícil determinar se a maior parcela de culpa é do treinador, dos desfalques causados pela deplorável condição física de nosso elenco, ou da falta de jogadores mais talentosos. Considero mais provável a soma das duas últimas opções, que deixam o treinador um tanto rendido diante das circunstâncias. A qualidade já não é muito boa, e perdendo um jogador por semana fica praticamente impossível desenvolver um padrão tático.

A eliminação em si não é frustrante, de tão insignificante que se tornou o campeonato estadual. De qualquer forma, título é título, e seria legal em meio ao nosso contexto de reconstrução poder comemorar mais um tão cedo.

Nobre não promete reforços, e faz bem em não gerar expectativa na torcida, o que resultaria em cobrança ainda maior. Porém é evidente que o elenco é muito limitado, e as lesões tão recorrentes precisam cessar logo, pois têm prejudicado significativamente o trabalho da comissão técnica.

É difícil para o palmeirense ter que desde já aceitar que o trabalho que está sendo feito visa apenas montar uma equipe suficientemente boa para voltar à série A, e se algo mais vier na Libertadores ou Copa do Brasil, será um grande acaso. Mas esta é a realidade, e é complicado discutir se devíamos, nesta altura do campeonato, gastar o dinheiro que não temos para buscar algo mais. Trabalhando com um prazo curto, com as competições já em andamento, é pouco provável que tal investimento surtisse resultados tão bons. A gestão atual possui um planejamento para o médio e longo prazo, primeiramente desenvolvendo os setores estratégicos para captação de recursos, para na próxima temporada voltarmos a ser o Palmeiras que conhecemos e que sempre queremos em campo.

Enquanto isso, vamos vendo até onde conseguimos chegar.

O Maluco.

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