sexta-feira, 12 de abril de 2013

Da água para o vinho, e duas classificações adiantadas


Há pouco mais de duas semanas, depois de tomarmos uma goleada de 6 a 2, Gilson Kleina foi questionado por muitos (inclusive este que escreve) porque após mais de 6 meses no clube ainda não havia conseguido fazer o time dar alguma liga. Brunoro e Nobre ignoraram as críticas, que vieram de todos os lados com os fracos resultados, e bancaram a permanência de Kleina, independentemente do vexame. Enfatizaram que o treinador tinha como dever cumprir metas pré-estabelecidas, e não fazer o time vencer o Mirassol especificamente, ou jogar o “futebol arte”.

Eis que duas semanas depois, neste 12 de abril de 2013, comemoramos uma sequência de quatro vitórias em quatro jogos, uma sequência de êxitos que há muito não acontecia. Mais que isso, foram quatro partidas em que vimos o Palmeiras voltar a ser grande dentro de campo, entrando com a faca entre os dentes e encurralando o adversário. A raça de nossos guerreiros no jogo é tamanha que já começa a intimidar qualquer oponente. Uma aplicação de encher os olhos do torcedor, que de incrédulo com o que via há duas semanas, já sonha mais alto. Ponto para Brunoro e Nobre, que souberam ter calma na hora da pressão, e acreditaram na sequência do trabalho que vinha sendo feito.

A mudança observada passa diretamente pelas mãos de Kleina. O time de repente deu a liga que faltava, e demonstra estar em suas mãos. Não importa onde precise mexer - devido à série de lesões que ainda apavora, ou às circunstâncias da partida - nosso treinador agora tem acertado em quase todas, e quem quer que entre está dando o sangue. A organização da defesa está cada vez mais afinada, e o esquema de ontem contra o Libertad, com três zagueiros, deu muita segurança para os volantes e laterais terem maior liberdade para ocupar de maneira imponente o meio de campo e trocar passes de um lado para outro, com facilidade para inverter o jogo e abrir a zaga adversária.

Kleina e nossos guerreiros, criticados há alguns dias, hoje merecem nossos mais efusivos aplausos. Demonstram ter compreendido, após a chacoalhada contra o Mirassol, o que significa vestir aquela camisa, e as responsabilidades que carregam a partir do momento que são representantes de nossa tradição.

Pela comemoração que foi vista após a vitória de ontem, Kleina parece ter cumprido duas de suas metas: classificou o time para a fase eliminatória tanto do Paulista quanto da Libertadores. Ainda não vencemos nada, mas certamente demos o primeiro passo, que é ter um time entrosado, com clara disposição tática e raçudo em campo.

Brunoro e Nobre devem agora refletir se este não seria o momento de qualificar o elenco para partir para as cabeças. A classificação com mais de duas semanas de antecedência em ambas as competições e o regulamento da Libertadores que permite a substituição de até três jogadores na lista de inscritos coloca este saboroso abacaxi nas mãos dos dirigentes. O time vem bem, e se for reforçado com peças de qualidade nos setores mais carentes – um centroavante matador e um meia criativo – aumenta muito suas chances de brigar pelos dois títulos simultaneamente.

Seja como for, nesta sexta-feira acordamos orgulhosos.

O Maluco.

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