quinta-feira, 28 de março de 2013

Seis gols, nem na várzea!

Passávamos por um período relativamente longo sem turbulências, e tudo parecia caminhar para uma gradual melhora do time, sem tanta afobação por resultados imediatos. Na Libertadores claramente somos a zebra desde que vencemos a Copa do Brasil no ano passado, e no Campeonato Paulista, que não chega a demandar nem um esforço mediano para que se consiga entrar no mata-mata após 3 meses de uma competição que se arrasta enfadonhamente, tudo parecia caminhar para a classificação naturalmente.

Só que o vexame desta quarta-feira contra o Mirassol mudou tudo. A tranquilidade dada pela condição aceita tristemente de sermos zebra em um campeonato e de se classificar por inércia no outro foi anulada por um histórico 6 x 2, com o Palmeiras levando 6 em 45 minutos. Outra marca histórica, foram 3 gols em menos de 15 minutos. Nunca, em toda nossa história, desde os tempos de Palestra Itália, sofremos 3 gols de forma tão fulminante. Isso não é normal. Não é normal porque é o Palmeiras, não é normal porque do outro lado estava um time candidato ao rebaixamento no fraquíssimo Paulistinha, e não é normal porque qualquer time que se diga profissional e tenha um pouco de vergonha na cara é capaz de plantar seus defensores após tomar 2 gols em 10 minutos e evitar o iminente vexame.

Desta vez todos tem sua culpa. A preparação física do clube bate recordes de desfalques por lesão, os jogadores não tiveram noção da situação e continuavam atacando desordenadamente, como se não precisassem defender, e assim levaram um atrás do outro. Kleina evidentemente não só não armou esquema nenhum (mesmo com 1 semana com todos estes desfalques conhecidos), como não foi capaz de no momento em que levou o quarto gol puxar o breque de mão e mandar André Luiz e o estreante Marcos Vinícius não saírem mais da defesa nem em escanteio. Os dois mostravam claras deficiências técnicas e táticas em campo, e deixando espaços quando subiam ao ataque levaram 4 dos 6 gols. Dava pra evitar. E finalmente, tem sua culpa também a diretoria, que por mais difícil que esteja contratar agora, demonstra ter errado ao reforçar o elenco com tantos jogadores que não podem estar na Libertadores, rachando dramaticamente a montagem do time pelo treinador.

Todos tem sua participação na tragédia de ontem, mas sabemos que apenas uma cabeça pode rolar. Por mais que demissão de treinadores seja, via de regra, uma forma de tapar o sol com a peneira, no caso de uma goleada, nas circunstâncias em que ocorreu, contra um adversário tão ruim, acaba sendo quase mandatória. Quando um time perde de 6, evidentemente não tem tática alguma montada, e menos ainda um comando do elenco. O Palmeiras que estava ontem em campo estava completamente perdido, e isso passa, mais do que por qualquer um, pelo treinador. Isso porque, por mais fraco que seja o elenco, o lanterna do campeonato não perde de 6, dificilmente um time perde de 6, e o Palmeiras, por pior que esteja, por mais desfalcado, não tem time nem estrutura pra levar tantos gols em somente 45 minutos. É um evento que não acontece “sem querer”, não é um acaso, exige muita deficiência, exige que um dos times esteja jogando de forma praticamente amadora, tomando vários gols em contra-ataque de balãozinho! Coisa de pelada!

Demissão de treinador costuma acontecer porque a corda estoura sempre para o lado mais instável. Não se pode derrubar uma diretoria inteira, ainda mais quando se confia que está sendo feito um trabalho sério visando resultados de médio e longo prazo. Também não é possível trocar todos os jogadores da noite para o dia. Mas é possível trocar um treinador que, apesar de quando de sua vinda ter sido visto como promissor, não possui currículo que garanta que se a coisa está ruim, sem ele poderia estar pior. Pelo contrário, pois Kleina já soma mais de 6 meses de clube, tempo suficiente para dar um mínimo de padrão tático ao time que evitasse tomar uma goleada dessas.

Fica também o alerta para que se preste atenção no trabalho que está sendo feito na preparação física do clube, uma vez que o inacreditável número de lesionados tem atrapalhado ainda mais a formação de uma equipe.

O Maluco.

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