domingo, 6 de janeiro de 2013

O doído, mas necessário adeus de Assunção

Marcos Assunção oficialmente não joga mais pelo Palmeiras. Jogador e empresário anunciaram neste domingo a desistência das tratativas para renovação de contrato, que já se arrastavam há alguns meses.

É difícil apontar quem foi o “culpado” pela saída do jogador, que sabidamente se identificava muito com o clube. O mais provável é que tanto a turma de Tirone tenha sido extremamente negligente como de costume, quanto que também Assunção tenha pedido muito mais do que o aceitável, dentro daquilo que sua atual condição física (em razão da idade) permite que ele ofereça ao Palmeiras.

Inegavelmente Assunção teve um papel inestimável nas temporadas em que vestiu o manto verde e branco. Simplesmente nos livrou do rebaixamento em 2011 com suas cobranças de falta, que eram a única arma ofensiva do time naquele ano. Em 2012 não apenas foi um dos principais responsáveis pelo título da Copa do Brasil, como também era um disciplinador no grupo, e acredito que possivelmente não teríamos sido rebaixados, caso o jogador não tivesse ficado fora de grande parte dos jogos do Brasileiro devido a uma grave lesão.

Por outro lado, ainda com Felipão era problemática a inevitável dependência do esquema tático com Assunção em campo. Por não ser um volante de marcação pegada, nem de agilidade para puxar os contra-ataques, Assunção acabava por minar em grande medida tanto a marcação quanto a saída de bola do time, levando qualquer treinador a ter de sacrificar um jogador que poderia subir mais ao ataque, para cobrir as cruciais deficiências deixadas por um atleta que era decisivo somente nas bolas paradas. Foi daí que surgiu a importância vital de Luan para o time montado por Felipão. Era uma dos únicos jogadores no elenco capazes de subir ao ataque e voltar para defender, a despeito de toda sua debilidade técnica.

Tendo isto em vista, sejam quais tenham sido as razões para o desligamento de Assunção com o Palmeiras (as quais, segundo o agente do jogador, serão esclarecidas amanhã em entrevista coletiva), agradecemos muito pelo excelente trabalho que realizou. Porém, devemos saber que se esperamos um time renovado, este time não poderia contar com Assunção. Apesar de toda sua seriedade e qualidade indiscutível nas bolas paradas, Assunção sacrificava a versatilidade do esquema tático, e um novo esquema de jogo é algo que o palmeirense anseia ver em 2013.

Obrigado, Capitão, por ter compreendido como poucos na atualidade a responsabilidade de vestir a camisa da SEP.

O Maluco.

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