segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Uma retrospectiva de 2012 e perspectivas para 2013

Entramos na última semana do ano de 2012, e tudo aquilo que nós palmeirenses vivemos juntos neste ano começa a ser resgatado na memória, deixando-nos incrédulos com o que passamos. Chega a ser difícil imaginar que alguma outra torcida na história tenha experimentado, em uma só temporada, tudo o que o Palmeiras nos proporcionou neste ano. Fomos do inferno ao céu, e do céu de volta ao inferno em questão de meses. Contrariamos toda a lógica, superamos as expectativas e, ao mesmo tempo, fomos surpreendidos em meio a toda a euforia.

Já na pré-temporada nos convencemos de que o ano não teria como ser melhor do que havia sido 2011, quando escapamos por muito pouco do rebaixamento, em grande medida graças ao pé calibrado de Assunção em várias partidas. Esperando que nossa diretoria tivesse aprendido a lição com a temporada anterior e fosse finalmente abrir os cofres para contratar pesado, nos surpreendemos com a miséria da passagem 2010-2011 sendo repetida para 2012. Apenas duas grandes contratações foram realizadas, mas ambas nos envergonhando muito ao longo do processo. Uma, a de Wesley, veio com direito até a uma vaquinha para arrecadar fundos gigantescos para uma contratação que não era nada bombástica. Já Barcos, que àquela altura não se sabia ser o craque que se mostrou posteriormente, quase nem veio, devido à piadinha pública do dirigente que disse que o Palmeiras não era marinha para se preocupar com barco. Mas felizmente o acaso nos favoreceu, e superamos a adversidade humana.

Começou a temporada com o patético Campeonato Paulista. Uma lenga lenga já anunciada pelo esdrúxulo regulamento que, num campeonato tão fraco, com 20 clubes, classifica 8 para o mata-mata. A classificação óbvia veio, mas caímos logo em seguida diante do Guarani, com uma atuação pífia. Nesta altura a contratação mais cara do ano já se lesionara gravemente, e toda a falta de planejamento para 2012 estava escancarada. A questão de termos a pior diretoria do futebol mundial já não era uma hipótese, era caso verificado empiricamente.

Ainda no primeiro semestre ficamos sabendo que nos bastidores éramos ainda mais fracos do que em campo. Sem que nosso presidente fizesse nada, vimos sermos preteridos de forma assombrosa pela Rede Globo, que decidiu não transmitir quase nenhum jogo nosso no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, prejudicando nossa exposição e de nossos patrocinadores. As arbitragens nos prejudicavam de forma também assustadora em todos os campeonatos, mas mais uma vez, a omissão e incapacidade de nossos diretores preponderou. E nessa toada foi se desenrolando nosso primeiro semestre, com muito sofrimento e nos tornando a piada pronta das outras torcidas, com um elenco terrível e uma diretoria vergonhosa.

Mas do inferno, como num passe de mágica, fomos ao céu, e calamos a boca dos milhões de rivais que já nos alcunhavam de Palmeiras de Desportos devido à escassez de títulos. Chegamos aos trancos e barrancos às semifinais da Copa do Brasil, até com algumas goleadas sobre times fracos, o que ainda não conseguia convencer o torcedor. Foi no Olímpico, na partida em que, na teoria, seríamos eliminados, que o jogo virou, com um golpe de mestre de Felipão. O treinador inovou para a partida, colocando Henrique, nosso xerife, numa nova função, como volante. O time se armou para o contra-ataque, evitando a todo custo tomar um gol. E quando já comemorávamos o incrível 0 a 0, aos 40 minutos veio o fulminante contra-ataque puxado por Cicinho, e arrematado por Mazinho. 1 a 0, e este palmeirense que vos escreve já não cabia em si de euforia. Mas aos 45, Barcos, nosso artilheiro, fez o 2 a 0, praticamente sacramentando nossa passagem para uma final de um torneio de grande importância, depois de tantos anos. A final com o Coritiba nos guardava, porém, mais surpresas. Barcos teve apendicite, e não pôde atuar. Um azar inimaginável! Na primeira partida em casa, tomávamos um sufoco enorme. De repente, Betinho, nossa estrela inusitada da decisão, sofreu um pênalti, e fizemos 1 a 0. Thiago Heleno no segundo tempo completou a festa, e com um magnífico 2 a 0 fomos jogar pelo caneco em Curitiba.

A final não poderia ter sido mais bela para nós, com muita emoção, saindo atrás no placar, e depois buscando o empate matador com o improvável gol de Betinho. Sim, o time sem planejamento, com uma direção patética e gestão totalmente anacrônica voltava a ser campeão nacional. A glória nos levou novamente às alturas, e parecia que dali em diante o caminho tenderia a ser muito mais fácil, ainda mais por faltarem apenas 6 meses para o final do mandato de Tirone. Como dizem na Fórmula 1, era só “trazer as crianças para casa em segurança”. Traduzindo para o futebol: era só entregar o time na série A em 2013, já classificado para a Libertadores.

Sabemos que incrivelmente isto não aconteceu, e a desorganização prevaleceu sobre o acaso. Felipão foi demitido, e a fuga da zona de rebaixamento, que parecia que seria tão tranquila após o título, foi se mostrando mais complicada do que o esperado. A falta de elenco tornou-se evidente com as lesões de titulares indispensáveis, e a baixaria da política palmeirense começou a dar as caras no noticiário novamente.

Fazendo a pior campanha de nossa história no Brasileiro, fomos rebaixados pela segunda vez em 10 anos, e a tristeza e incredulidade eram tamanhas, que quase conseguimos esquecer que pouco tempo antes chegamos a comemorar um título.

Estamos agora em dezembro, e assim como nos anos anteriores, a gestão Tirone contrata pouco, e o que contrata não é nada que nos faça ficar otimistas. Prass e Ayrton são bons jogadores, mas vendo as contratações de impacto que nossos rivais vem fazendo ou tentando fazer, ficamos mais uma vez no chinelo. Pior ainda é a situação quando lembramos que, por mais que Tirone tente dizer o contrário, temos o elenco mais fraco dentre nossos principais rivais brasileiros da Libertadores. Felizmente, para alívio de todos os palmeirenses, restam menos de 30 dias para a saída de Tirone e de toda a turma que tanto nos envergonhou nos dois últimos anos.



Qual seria então o saldo da gangorra de 2012? Creio que não pode ser mensurado. A única certeza que este ano deixou é a respeito do tamanho da emoção que há em ser palmeirense. Somos os maiores campeões do Brasil, e ao mesmo tempo os maiores sofredores nas mãos de diretorias incompetentes e de uma imprensa desleal. Somos sofredores que se acostumaram a não se contentar com pouco, somos pura emoção, e este sentimento, acredito, nos levará às mudanças muito em breve.

Em meio às festividades de final de ano procuro olhar com otimismo para 2013, e apresento aqui as razões para isso. Não posso acreditar que a bagunça exemplar da última diretoria possa passar em branco. Serviu mais do que como um puxão de orelha para o conformismo em que nos encontrávamos com nossos dirigentes patéticos e egocêntricos, foi um verdadeiro soco na cara. Vejo os novos candidatos à presidência com um discursos progressistas, e isso é ótimo. Tanto Perin quanto Nobre estão engajados na modernização da gestão do futebol e enxergando a vital importância do estreitamente das relações institucionais do clube com CBF, Globo, etc., e do desenvolvimento de um projeto de marketing moderno e à altura do tamanho do Palmeiras. O sócio-torcedor também vem ganhando importância chave no debate, no momento em que as diretas finalmente foram aprovadas. E para completar, em 2013 teremos a inauguração de nossa nova casa, uma arena maravilhosa e moderna, um verdadeiro convite para ser lotada pela torcida em todos os jogos!

Tudo isso me deixa esperançoso para 2013, ano que pode e tem que ser de uma guinada para novos tempos, de títulos e alegrias, e não mais de incredulidade com a incompetência alheia. E nós, 15 milhões de palmeirenses, estaremos novamente juntos, para nos emocionar ainda mais.

A todos os palmeirenses, boas festas e um grandioso ano de 2013!



Entro em férias do blog hoje, mas no início de janeiro já estarei de volta, afinal o primeiro mês de 2013 guarda importantes acontecimentos para a Sociedade Esportiva Palmeiras.

O Maluco.

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