sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Série B, um mal necessário




Acabou. Faltam 09 rodadas para o final, e o Palmeiras está a 09 pontos da “zona de salvação”. 

Tudo bem, milagres acontecem. O fato é que o Palmeiras não merece receber um milagre. Nossa cota de milagres em 2012 já se esgotou com a Copa do Brasil, que foi um sonho dourado que esquentou nosso corações, nos permitiu soltar o grito de campeão da garganta e imaginar que as coisas seriam diferentes. Doce ilusão. Exatos 03 meses depois, temos, de novo, um time perdido em campo, ainda vivemos das bolas paradas do único jogador que honra a camisa 20 que veste. E já faz 02 anos que vivemos da bolas paradas do camisa 20.

Tirando o camisa 20, só com milagres. Em 2010, eles não vieram. Em 2011 tampouco. Mas em 2012 sim. Grande campanha, jogo épico contra o Grêmio, mobilização, catarse, apoio total. Título. Era a chance de tirarmos o pé da lama e voltarmos a ser definitivamente respeitados e temidos por todos os adversários. Doce ilusão: nada mudou. E faz muito tempo que não muda:

2012: Rebaixamento
2011: Luta contra o rebaixamento até o final
2010: 10° inexpressivo lugar
2009: 5º lugar
2008: 4ºlugar
2007: 5º lugar
2006: luta contra o rebaixamento até o fim, e conclusão em 16º lugar
2005: 4º lugar
2004: 4º lugar
2003: Série B
2002: Rebaixamento

Este é o 9º campeonato brasileiro por pontos corridos que o Palmeiras joga. A exceção de 2009, quando Belluzzo gastou mundos e fundos pra montar um time vencedor, e por motivos ainda desconhecidos ficamos sequer com a vaga na Libertadores, já faz alguns anos que o Palmeiras faz figuração no Campeonato Brasileiro.

Ser figurante um ano ou outro não tem problema, tudo bem, todo mundo passa por isto. Mas passar a década figurando é demais.

Pra falar a verdade, desde 2001 o Palmeiras só figura nos campeonatos que participa. Por que será? A resposta é incomodamente simples: a gestão profissional do futebol acabou em 2000, junto com a parceria com a Parmalat. 

Saímos dos feudos por 08 anos, e voltamos a eles em 2001: administrações amadoras, guerra interna de egos, interesses escusos e muita, mas muita incompetência.

Rebaixamentos funcionam como um castigo para uma criança: isola-se-a do coletivo para aprender a lição. SCCP e Vasco aprenderam: o primeiro exorcizou o fantasma de Dualib, e o 2º o de Eurico Miranda. Depois de seus respectivos descensos, se restruturaram politicamente, e profissionalizaram seus departamentos de futebol de forma a disputar títulos em todos os campeonatos que jogam desde então, e olha que subiram da Série B a menos de 05 anos.

O Palmeiras, depois de 2002, não mudou nada. Aliás, mudou: Mustafá Contursi largou a presidência e perdeu um pouco de poder desde então. O presidente mudou, mas a estrutura segue a mesma. Não mudou nada, portanto.

Tirone é a forma acabada de um dirigente que não entende nada do que estão fazendo, não conhece de futebol, não sabe sequer se expressar de forma convincente. Se eu estou errado, então me diga: quantas boas entrevistas do Presidente Tirone você já viu? – Eu só vejo ele passar vergonha e me envergonho por ter um presidente tão cabaço no meu clube. Invejo LAOR. Invejo até o mafioso que presidiu o SCCP a pouco tempo. Meu clube não tem um presidente. Meu clube não tem comando. Meu clube é uma bagunça, uma sujeira. Meu clube só tem torcida. Nada mais.

Agora é hora de recolher os cacos, e pensar no que será nosso clube no próximo século. Precisamos de eleições diretas, e não é pra 2014. Precisamos para agora! Em janeiro já tem eleição!

O rebaixamento é o preço que o Palmeiras e os palmeirenses pagarão por terem permitido que sua gestão fosse feita de forma tão amadora durante tanto tempo. 36 anos: de 1976 até 2012. Descontando a Parmalat, 28 anos

Aliás, pra refrescar a memória: excetuando-se o período Parmalat (1993-2000) e a parceria com a Traffic de 2008, o único título que o Palmeiras conseguiu foi esta Copa do Brasil de 2012, que, como disse, foi um milagre.

A Série B será um mal necessário. Espero que o calvário que viveremos às vésperas de nosso centenário sirva de exemplo pra que nunca mais tenhamos que passar por isto.

A SEP é uma nação, mas é administrada como se fosse colônia. Esta na hora de acabar com o que restou da colônia. Ninguém que ama este clube aguenta mais sofrer.

E é melhor a mudança começar antes que as cabeças comecem a rolar.

O Animal

Um comentário:

  1. Excelente post! Até pouco tempo atrás eu ainda via certa lógica em postergar as eleições diretas para 2014, fazia sentido haver mais tempo para que o clube estruturasse o funcionamento desta eleição e propostas pudessem ser apresentadas a contento para os sócios escolherem seus representantes com maior conhecimento. Porém as circunstâncias mudam completamente este cenário ideal. Mais importante de tudo é tirar para ontem das mãos da máfia a gestão de nosso clube e iniciar a profissionalização já para 2013. Não dá mais para ver tanto amadorismo. Não dá mais para aceitar que um clube do tamanho do Palmeiras tenha como planejamento para uma temporada 2 meias capengas: um gordo que não consegue emagrecer em quase 1 ano e outro que está bichado. Sem contar outros desatinos, como vender Cicinho sem ter substituto para Artur (que também não é nenhum gênio), ou simplesmente contratar um semi-apostentado para suplente do Juninho.

    Time que faz isso faz por merecer para cair, mas que pelo menos sirva, como já discutimos tantas vezes, para catalizar todas as mudanças urgentíssimas do clube, a fim de que em 2014, ano do centenário, o time chegue voando no brasileiro, para ser campeão, coroando novamente o orgulho de ser palmeirense.

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