Dando nome aos bois

A vitória por 1 x 0 contra o Bahia logicamente motiva, mas a salvação continua exigindo um milagre ou uma ajuda como a recebida pelo Fluminense em 2009, a qual talvez apenas Simon saiba explicar. Esta segunda opção ontem já se mostrou indisponível, quando tivemos mais um pênalti a nosso favor não marcado. Há ainda 7 jogos pela frente e dificilmente escaparemos sem vencer pelo menos 5. O time terá que jogar tudo o que não chegou nem perto de jogar até agora.

Apesar de tudo, ninguém pode se queixar de falta de vontade e empenho de todos os jogadores. No que depender deles, o milagre pode acontecer. O torcedor que culpa estes jogadores com xingamentos e ameaças demonstra total ignorância para avaliar que o time está na fossa não por causa dos atletas, mas pelo trabalho realizado por Tirone e Frizzo desde 2011, na montagem de um elenco fraco e que nesta altura do campeonato não faz número nem para realização de um coletivo.

Não faltou aviso de que contratações eram necessárias para 2012, se não quiséssemos correr os enormes riscos que corremos no ano anterior. Era preciso mais qualidade e melhores substitutos, pois lesões e suspensões sempre vão acontecendo ao longo de 8 meses de torneio, e se não houver suplentes, não há como o time não ir ladeira abaixo.

Estes homens se limitaram a fazer apenas duas boas contratações: Barcos e Wesley, e não sem muita novela e causando altos constrangimentos para o clube e para o torcedor, vendo vaquinha e finanças sendo expostas publicamente para mostrar que não havia dinheiro em caixa para fazer nada. Mentira. Não há no Palmeiras pessoal competente o suficiente para alavancar finanças com projetos.

Portanto, é claro que vamos acreditar enquanto existirem chances matemáticas de nos salvarmos. Alguns de forma mais entusiástica, outros timidamente, já aceitando o pior, mas todos estarão apoiando até o fim. Mas é inaceitável que no desespero da situação acabemos escondendo o sol com a peneira culpando os jogadores por uma eventual queda. A qualidade técnica daqueles jogadores que hoje são apontados como culpados já era conhecida quando foram contratados. Se hoje vemos que são fraquíssimos, culpemos quem os contratou, ou vamos ficar eternamente achando que jogador só não joga bem no Palmeiras porque não quer, quando na verdade não joga bem porque vieram numa política do neo-bom-e-barato. Hoje esta estúpida política fica estampada nas limitações numéricas do elenco, raramente vistas até em futebol de várzea.

Então, quando a revolta nos levar a querer extravasar em cima dos jogadores, vamos procurar lembrar quem são os verdadeiros culpados, ao invés de mais uma vez fazermos a corda estourar do lado mais fraco, mantendo a raiz do problema lá por mais uma década.

O Maluco.