Após mais um jogo feio, a derrota por 2 x 0 para Chapecoense
pôs fim na sequência de vitórias que nos levou ao G4. Ainda que estivéssemos em
boa posição na tabela, os resultados das partidas não vinham expressando
exatamente o que a equipe apresentava em campo. Os placares apertados dos
últimos prélios, contra adversários tão fracos quanto a Chapecoense, sugeriam
que a fase não poderia ser muito duradoura. Vejamos o que aconteceu no jogo.
Enquanto a Chapecoense conseguiu explorar bem as decidas
pelas duas laterais do campo, nosso jogo baseou-se em grande medida nas jogadas
truncadas pelo meio, sem nenhuma criatividade, e no desafogo proporcionado por
William Matheus pela lateral esquerda. Ponto positivo para este atleta, que vem
mostrando nestas primeiras oportunidades que está tendo como titular, que
Gilson Kleina errava feio ao preteri-lo, mantendo Juninho como titular
absoluto.
Analisando os dados gerais da partida, vemos com alguma
surpresa que apesar do baixo nível técnico, ambos os times erraram poucos
passes. Tanto Palmeiras quanto Chapecoense tiveram 89% de acerto, nada mal.
Apenas a título de comparação, o Cruzeiro, atual líder do campeonato, teve 88%
de acerto na partida desta rodada, em que venceu o Internacional-RS por 3 x 1
fora de casa.
Por outro lado os erros nos cruzamentos chamaram atenção,
com apenas 3 acertos em 22 tentativas, números que podem ser vistos como
indícios de que o acionamento excessivo de William Matheus na lateral esquerda
não é fruto de espaços abertos no adversário, mas de falta de opções pelo meio.
O resultado é um grande número de bolas alçadas na área de qualquer jeito, sem
posicionamento adequado dos atacantes para receber os cruzamentos.
Dos dois gols sofridos, o primeiro, aos 41 minutos do
primeiro tempo, quando começávamos a gostar um pouquinho do jogo, demonstra a
fragilidade de nosso sistema defensivo. Tiago Luís teve total liberdade para
invadir a área correndo e colocar para dentro a bola cruzada rasteira. Já no
segundo gol tivemos azar. Marcelo Oliveira bloqueou o chute de Fabiano de fora
da área, mas o rebote sobrou para Dedé, que com o caminho livre encheu o pé,
sem chances para Fabio.
Agora muitos vão dizer que Gareca terá trabalho para
melhorar a equipe. Meia verdade. Quem mais vai ter que trabalhar mesmo é Nobre
e Brunoro, que precisam fortalecer diversas posições desse time para ontem, se
quiserem ao menos dar condições para estarmos na Libertadores no ano que vem.
Os pontos que conquistamos até aqui, na garra e aos trancos e barrancos, nos colocaram
no G4 e foram fundamentais para permitir, ainda que com atraso, corrigir os
erros de planejamento cometidos desde o começo do ano pela diretoria. Na
teoria, era para estarmos abaixo da metade da tabela, precisando nos desdobrar para
salvar o ano após a pausa da Copa do Mundo. Porém, estando em 5º lugar, a
duas rodadas da parada, dá para pensar em ir mais longe. Mas para isso nossos
dirigentes terão que demonstrar mais ambição. A contratação de Gareca pode ser
um primeiro indício desta mudança de postura.
Nos primeiros jogos deste ano GK utilizou como lateral, o Serginho. Não deu certo. Venho notando em outras equipes que esta ação é sempre utilizada, inclusive já vi o Luan jogando de ala no Cruzeiro, no Real Madrid o Coentrão que é meia barrou o Marcelo na lateral. Em nosso plantel qual meia ofensivo poderia fazer a função de ala????
ResponderExcluirBem observado! Pode ser uma opção interessante, um jogador mais habilidoso que entre na área fazendo o facão, ao mesmo tempo liberando espaços para os atacantes. Como hoje temos um lateral esquerdo que pode dar bons resultados, pode ser uma boa solução utilizar um ala do lado direito, onde não temos nenhum jogador de ofício na posição. Lembro, por exemplo, que Wesley fazia muito bem essa função no Santos, inclusive tendo naquela passagem o maior destaque de sua carreira até aqui. Por que não experimentar de novo, não é mesmo?
ExcluirEstou acompanhando o Arrancada Heroica , parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirValeu, Claudio! Saudações palestrinas!
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