quinta-feira, 8 de maio de 2014

Kleina saiu, mas os maiores problemas continuam



Vamos todos ser francos: a queda de Gilson Kleina já estava desenhada desde o final do ano passado. A renovação aconteceu porque foi a opção mais interessante dentro da política do “bom” e barato. Agora parece-me que a demissão aconteceu porque ficou evidente que a maior culpada pela fragilidade do time é a própria diretoria. Demite-se o treinador para desviar a atenção do verdadeiro problema.

Como disse no início, Kleina já deveria ter saído lá atrás, quando teve um ano inteiro para arrumar o time na fraca série B, mas não conseguiu. Por isso sou completamente favorável à troca de comando. Em nenhum momento, sequer contra os times mais fracos, vimos o Palmeiras impondo seu jogo e conduzindo partidas com tranquilidade, algo inadmissível, dada a superioridade técnica do elenco que
Kleina tinha em mãos contra quase todos os seus adversários de 2013 e deste início de 2014, com o sonolento Campeonato Paulista. O time jamais embalou, dependeu sempre de viradas dramáticas ou placares mirrados.

Mas a demissão tardia do treinador não deve servir de alívio para ninguém. O pequeno desmanche pelo qual passou o time (devido tanto a saídas esdrúxulas de jogadores, quanto a lesões) é fruto direto da fraca gestão promovida por Nobre e Brunoro. Com o time que Kleina tinha em mãos neste momento, não deveria apresentar a bolinha que temos visto, mas estou certo de que nem se dirigido por Guardiola estaria disputando vaga na Libertadores. As deficiências do elenco são antigas, e só se agravaram com as perdas de Henrique (há muito tempo) e agora de Kardec. 

Alega-se falta de dinheiro, porém gastos com contratações desnecessárias acontecem do nada. Bernardo, se confirmado como novo reforço, é mais uma prova do desperdício dos tais escassos recursos. Temos um meio campo recheado de jogadores úteis e inúteis, tanto volantes quanto meias. Porque gastar com o salário de mais um, ao invés de utilizá-lo para finalmente contratar um zagueiro para fazer dupla com Lúcio, ou um mísero lateral direito que quebre nosso galho? Para completar, as contratações tem sido ainda piores porque Nobre e Brunoro, para pagar menos, estão aceitando o alto risco de atletas com histórico recente de lesões. O resultado é um departamento médico quase tão cheio quanto o campo de treinamento.

Por tudo isso, não nos esqueceremos: a saída de Kleina, em situação normal, já deveria ter ocorrido há tempos, mas o principal problema já nem era a qualidade do técnico, mas a falta de elenco, responsabilidade absoluta da diretoria. A troca de treinador será completamente inútil se a reeditada política do bom e barato persistir.

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