Vamos todos ser francos: a queda de Gilson Kleina já estava
desenhada desde o final do ano passado. A renovação aconteceu porque foi a
opção mais interessante dentro da política do “bom” e barato. Agora parece-me
que a demissão aconteceu porque ficou evidente que a maior culpada pela
fragilidade do time é a própria diretoria. Demite-se o treinador para desviar a
atenção do verdadeiro problema.
Kleina tinha em mãos contra quase todos os seus adversários de 2013 e deste início de 2014, com o sonolento Campeonato Paulista. O time jamais embalou, dependeu sempre de viradas dramáticas ou placares mirrados.
Mas a demissão tardia do treinador não deve servir de alívio
para ninguém. O pequeno desmanche pelo qual passou o time (devido tanto a
saídas esdrúxulas de jogadores, quanto a lesões) é fruto direto da fraca gestão
promovida por Nobre e Brunoro. Com o time que Kleina tinha em mãos neste
momento, não deveria apresentar a bolinha que temos visto, mas estou certo de
que nem se dirigido por Guardiola estaria disputando vaga na Libertadores. As
deficiências do elenco são antigas, e só se agravaram com as perdas de Henrique
(há muito tempo) e agora de Kardec.
Alega-se falta de dinheiro, porém gastos com contratações
desnecessárias acontecem do nada. Bernardo, se confirmado como novo reforço, é
mais uma prova do desperdício dos tais escassos recursos. Temos um meio campo
recheado de jogadores úteis e inúteis, tanto volantes quanto meias. Porque
gastar com o salário de mais um, ao invés de utilizá-lo para finalmente contratar
um zagueiro para fazer dupla com Lúcio, ou um mísero lateral direito que quebre
nosso galho? Para completar, as contratações tem sido ainda piores porque Nobre
e Brunoro, para pagar menos, estão aceitando o alto risco de atletas com
histórico recente de lesões. O resultado é um departamento médico quase tão
cheio quanto o campo de treinamento.
Por tudo isso, não nos esqueceremos: a saída de Kleina, em
situação normal, já deveria ter ocorrido há tempos, mas o principal problema já
nem era a qualidade do técnico, mas a falta de elenco, responsabilidade
absoluta da diretoria. A troca de treinador será completamente inútil se a
reeditada política do bom e barato persistir.
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