Independente da permanência ou não de
Gilson Kleina à frente do Palmeiras, a partida contra o Paysandu,
assim como as anteriores desde que sacramentamos a volta à Série A,
prova que nosso elenco ainda é temerário para jogar a primeira
divisão do campeonato nacional. Não conseguimos vencer times que
estão disputando o rebaixamento para a Série C, e o ônus desses
micos não pode ser colocado simplesmente nos desfalques, que contra
o São Caetano, por exemplo, não foram nem tão significativos
assim. O problema crônico da falta de elenco que nos assombra já há
alguns anos começa a dar as caras para 2014.
Passou da hora do Palmeiras iniciar uma
temporada com um elenco de respeito. Quando foi a última vez que
começamos um ano nos colocando como favoritos a um título? O
discurso é sempre o mesmo, de que “teremos um time que vai brigar
por todos os títulos que disputar”, mas na prática esse discurso
rapidamente cai por terra, e por terra cai também a confiança da
torcida naqueles que dirigem o clube.
Minha crítica, portanto, dirige-se
mais àqueles com poder de decisão no Palmeiras (hoje Paulo Nobre e
Brunoro), do que ao treinador. Nunca fui a favor da permanência de
Gilson Kleina à frente do time no ano do centenário. Para encontrar uma formação que funcionasse Kleina teve um
ano inteiro, podendo usar toda a segunda divisão como uma espécie de pré-temporada, mas não conseguiu aproveitar a oportunidade. Durante
toda a Série B tivemos uma zaga que cansou de nos dar sustos, e não
foram poucos os jogos em que felizmente o ataque conseguiu compensar
a terrível defesa. E isso tudo, lembremos, jogando contra times em
geral muito mais frágeis do que enfrentaremos na Série A. Não acho
que precisamos, como alguns jornalistas que se dizem palmeirenses
pensam, nos preocupar com um novo rebaixamento no ano que vem. Mas o
palmeirense deve se preocupar, isto sim, em ter um time que esteja
sempre no topo das tabelas, e com o que temos hoje, mais uma vez
ficaremos distantes de nosso objetivo.
Porém, ainda que eu seja avesso à permanência
de Kleina e veja em Abel Braga uma opção muito boa para o
Palmeiras, não julgarei ser o fim do mundo caso Brunoro e Nobre
façam a escolha de renovar com o treinador. Todavia, caso seja esta a
opção, nossos dirigentes tem a obrigação de reconhecer que a
inexperiência do treinador precisa ser compensada de alguma forma,
ou ficaremos patinando no meio da tabela. Concluo que, de fato, não
é preciso ter o melhor técnico do campeonato para ser campeão,
basta que se compense a fraqueza do treinador com um time mais
competitivo que o dos adversários.
É esse pensamento que precisa estar
implícito numa eventual renovação com Kleina. Se na mão de
treinador algum o elenco atual estaria disputando um título de
primeira divisão, nas mãos de um treinador que não é top é
preciso dar um time ainda melhor para aumentar as chances de sucesso.
Caso vejamos os camarões chegando até
o início de 2014, a permanência de Kleina pode até ser aceitável,
do contrário, teremos mais um ano, agora no centenário, atuando
como coadjuvantes.
O Maluco.
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