Então a pergunta elementar é: e se cair? O que pensar? O que esperar do futuro?
É algo que há tempos estou para escrever, mas não queria fazê-lo enquanto ainda estivesse vendo a Série B longe na linha do horizonte. Trata-se de procurar entender que um rebaixamento pode ser tanto um desastre sintomático de um clube que vai de mal a pior, tendendo a ficar nesse sobe e desce entre primeira e segunda divisão eternamente; quanto pode ser um ano de reestruturação ampla, colocada em prática dentro do clube, e apoiada pela torcida, com o vigor de quem vê um gigante renascer das cinzas.
Se cairmos, de qual destas formas será traçado nosso futuro?
Até hoje vi apenas um clube utilizar de forma sábia a queda para série B. Infelizmente foram nossos rivais. Seja como for, há muito o que aprender no processo pelo qual eles passaram desde sua queda até hoje. De um clube quebrado e bagunçado de cima a baixo, passaram a valorizar enormemente o poder de sua torcida, as relações públicas com todos os veículos de comunicação, a política extracampo, etc. Desta forma conseguiram fazer do que era visto por todos os times como o símbolo do maior fracasso (o rebaixamento), um símbolo de reinício, capaz levantar as finanças, montar um bom time e a partir disto dar sequencia neste trabalho através de uma gestão séria, em que não se vê um jogador ser vendido antes que uma boa reposição seja contratada.
Hoje precisamos nos erguer em todas estas frentes acima citadas, pois somos deficitários em todas elas. E esta deficiência é inadmissível, porque somos mais de 15 milhões de torcedores, teremos em menos de 1 ano o estádio mais moderno e rentável da América Latina, possuímos uma história maravilhosa, tudo isso fazendo da Sociedade Esportiva Palmeiras um time que, não importa qual seja o momento, tem tudo para ser sempre um gigante. Se não vem sendo, a única explicação possível é a falta de competência e comprometimento.
Falta competência para saber que os tempos mudaram, e o Palmeiras ainda não. Nenhum clube consegue se manter no topo hoje apenas com muito dinheiro para contratações. É preciso profissionalismo e método de gestão, coisa que os senhores que até hoje tentam tocar o barco não possuem. É preciso que haja planos de carreira para os profissionais administrativos, incentivando-os a buscar sempre algo mais para o clube, coisa que detentores de cargos vitalícios jamais precisarão ambicionar.
Hoje há um processo de mudança em curso no Palmeiras, tocado por pessoas com estas propostas visando a modernização que falta para entrarmos novamente nos eixos. Todavia, um rebaixamento à Série-B tem que acelerar este processo, tem que incutir na cabeça dos senhores que ainda teimam em manter as amarras do feudalismo na gestão do clube, que ou eles largam esse osso, ou esta será apenas mais uma queda, de muitas que ainda virão, e assim perderemos cada vez mais todo nosso potencial e toda a dignidade de nossa história, com o tamanho da torcida decrescendo, e nosso valor para o mercado de patrocinadores, essencial para a estrutura de um time, se tornando cada vez menor.
Portanto, se a queda se concretizar, deverá nos fazer refletir sobre o que queremos. Podemos tanto nos reestruturar em 2013, com diretoria e torcida remando na mesma direção para nunca mais voltarmos a atuar como um time pequeno em nossa história; ou nossos dirigentes podem continuar fingindo que este é apenas mais um “pequeno tropeço”, ocorrido por uma falta de sorte pontual. Todavia, qualquer análise fria de nosso desempenho na última década mostrará que não se trata de acaso, e sim de completa falta de comprometimento e competência de nossos gestores.
Ainda voltarei a escrever sobre esta reestruturação. No entanto, é preciso desde agora refletir a respeito para conseguir executá-la já para a próxima temporada, já na escolha do novo presidente em janeiro, e em todos os demais importantíssimos passos que estão sendo dados neste momento.
O Maluco.
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