quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Adeus mestre Scolari.

O péssimo momento da saída de Luiz Felipe Scolari não deve de maneira alguma ofuscar todo seu valor para a história da Sociedade Esportiva Palmeiras. O silêncio mortal que se estabeleceu neste dia 13 de setembro de 2012 com sua demissão do clube, e o vazio que deixou no peito do palmeirense só demonstra, para dizer o mínimo, todo o carinho e gratidão que conquistou junto de toda a torcida alviverde. 

Scolari fez o que nenhum outro treinador conseguiu nos últimos 10 anos: suportou o fogo amigo aos montes, a incompetência de seus superiores, a falta de recursos para contratações, levando-nos finalmente, após anos de inúmeros percalços e humilhações, a levantar novamente um título de campeão nacional. 

Devemos muito a este profissional, que por seu amor ao Palmeiras, amor maior do que o de seus superiores, sempre respeitou a importância da instituição para qual trabalhava. Errou muito, falou mais do que devia em diversas ocasiões, sendo punido por juízes diversas vezes por isso, tanto em caráter oficial, com ganchos, como extra-oficial, em expulsões e invenções de lances nunca antes vistos com tanta frequência na história da SEP. 
Felipão por diversas vezes peitou nossos dirigentes e bateu o pé contra a terrível sacolada de contratações medíocres que as diversas diretorias palmeirenses da última década se acostumaram a fazer, contratando cerca de 30 a 40 jogadores por ano que não serviam para nada. Vinham a um custo baixo, e iam embora de graça, trazendo apenas prejuízos e inchando o elenco com profissionais que nada tinham a contribuir para o fortalecimento do time. Eram contratações tampão, que só ocultavam a falta de contratações de peso, dignas de vestir o manto alviverde. Com esta postura, Felipão escancarou para todos a falta de elenco, e fez questão de deixar a ferida aberta, sangrando, para que todos pudessem ver que sem trazer aos montes os atletas medíocres, nossos dirigentes mal conseguiam contratar. Melhor isto do que continuar por mais uma década contratando qualquer coisa para fingir que se está reforçando a equipe. (Diga-se de passagem que, infelizmente, neste momento de agonia, isto voltou a acontecer...)

O palmeirense jamais se esquecerá de que foi com Scolari que ganhamos nossa Libertadores, e agora, também com ele, saímos de uma amarga fila de títulos expressivos. Procurou sempre defender os interesses do Palmeiras, quando tantos lá dentro insistiam, como fizeram com todos os treinadores que por lá passaram antes dele, em atrapalhar ao máximo e desviar o time do caminho do sucesso.

O vazio que fica com a saída de Felipão é enorme, mas vem com a sensação de que havia chegado ao fim seu ciclo no clube. Apesar de todos os seus erros, considero de inestimável importância seu trabalho. Fico com a imagem de sua coletiva pós título da Copa do Brasil, e torço para que jamais tenha que vê-lo defendendo um de nossos rivais.




O Maluco.

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