Vale mais do que nunca a tautologia: título é título. Não há como negar que mais um neste ano nos levaria com uma moral inestimável para 2013, e ainda encheria mais os cofres do clube para reforçar o grupo.
Porém, o momento é difícil, e nosso primeiro adversário não é nada fácil. Se estivéssemos com o time titular da Copa do Brasil e no mesmo embalo que terminamos a competição, poderíamos nos colocar como favoritos absolutos a vencer a Sul-Americana. Mas, pelo contrário, da reta final daquela Copa até hoje o time se esfacelou em lesões e suspensões frequentes que minaram o que poderia ser mais uma arrancada heróica em nossa história. Para o jogo de hoje à noite, ao menos uma parte dos contundidos estará de volta, mas ainda não poderemos contar principalmente com Valdívia (o que não é novidade nenhuma), Luan e Thiago Heleno. Os três significam perdas importantes na defesa, meio e ataque.
Tornando ainda mais complicada nossa estreia no torneio continental, estamos em situação tensa no Brasileiro, jogando contra árbitros que tem se esforçado para evitar que peguemos embalo e saiamos logo da zona de perigo. Até que isso aconteça, não tendo praticamente nenhuma chance de conquistar o nacional, ficamos impedidos de nos desligarmos dele completamente e tentarmos tudo na Sul-Americana.
Por outro lado, nossos adversários diretos pelo título podem se ver em situação também complicada para escolher qual competição priorizar, com o risco de ficarem sem nenhuma. São Paulo, Grêmio e Botafogo podem tanto tentar a vaga na Libertadores através do Brasileiro quanto de um título na Sul-Americana, porém, dificilmente conseguirão qualquer das duas opções se se dedicarem com todas as forças a ambos os torneios. Os três tem times muito instáveis e provavelmente se perderiam dividindo suas atenções.
Concluindo, se conseguirmos apresentar o mesmo futebol consistente da reta final da Copa do Brasil, apesar de todos os desfalques constantes, somos certamente favoritos a levar mais essa taça. Este primeiro jogo contra o Botafogo é decisivo, pois um vacilo é suficiente para cairmos, afinal, não estamos falando de um Horizonte-CE.
Mercado
Valdívia não saiu, e pelo visto não sairá neste ano. Como dito no post anterior, o chileno precisa ser vendido na próxima temporada, uma vez que já é inadmissível a frequência com que jogamos sem nosso armador titular. Havia chutado que Valdívia provavelmente atuava em 50% dos jogos, e o post do Verdazzo no mesmo dia confirmou em números mais precisos o chute: desde que voltou, o chileno atuou em míseras 49,3% das partidas. A mediocridade desse número fala por si só. Valdívia que se valorize e vá embora no final do ano, para fazer caixa para um meia de igual talento e custo, mas que jogue.
Quanto à venda de Cicinho, há motivos tanto para defender a opção feita pela diretoria, quanto para contestá-la. Não acho que o valor pelo qual foi feito negócio esteja à altura do que o jogador chegou a jogar no ano passado pelo Palmeiras. Mas pelo que jogava atualmente, era difícil de conseguir mais do que isso. O que se diz é que os cerca de 2 milhões de dólares serão usados para comprar os direitos federativos de Arthur e Mazinho. Espero que sim, mas mais do que isso, é preciso esperar também que a base seja capaz, neste momento, de cobrir o buraco que ficará no elenco na reserva da lateral direita. E aqui entra o argumento contra: quando estávamos ficando com um elenco com reposições boas em quase todos os setores, a diretoria já deixou uma delas capenga denovo. Cicinho entrava nos jogos que precisávamos de mais poder ofensivo pelos flancos do que defensivo. Não há mais a opção.
Entramos então, novamente, na discussão sobre a competência desta gestão, a qual é pífia em quase tudo que faz, e poucos méritos teve na conquista da Copa do Brasil, que veio muito mais na coragem dos jogadores e na inteligência e paciência de Felipão, do que qualquer outra coisa.
OBS: no post anterior foi dito que o post seguinte trataria das necessidades de contratação para 2013, porém fatos como os acima mencionados refrearam os impulsos de se pensar no ano que vem e em perspectivas de contratações inteligentes (em termos técnicos e de marketing). A incompetência vista é desanimadora. Ainda assim, escreverei sobre isso em breve.
O Maluco.
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