sábado, 15 de dezembro de 2012

Apenas sobre contratações, nada mais.

Nos últimos anos, quando o palmeirense pensa em contratações, acaba sempre tendo sua linha de raciocínio encaminhada automaticamente para uma reflexão a respeito da incompetência da diretoria para trazer bons jogadores, num momento em que observamos nossos principais rivais contratando alguns atletas com os quais não estamos aptos nem a sonhar em ter em nosso elenco. A indignação é inevitável, pois é óbvia a nossa desvantagem no mercado devido, acima de tudo, ao amadorismo de nossos representantes.

Neste blog as manifestações de indignação também tem sido constantes, e a revolta dorme e acorda na cabeça e no peito deste que vos escreve. Considero inadmissível o nível a que fomos rebaixados no mercado da bola, acostumando-nos a pegar refugos, apostas um tanto bizarras, ou ressuscitar velhos ídolos a preço de ouro. Porém, com tremendo esforço, decidi dedicar este post exclusivamente às possibilidades de contratação que tem sido citadas na imprensa, procurando me deter apenas sobre a qualidade dos jogadores ventilados, e não sobre os méritos intelectuais daqueles que tem idealizado tais contratações.

Começamos pela recente contratação de Fernando Prass. Como já foi dito no post anterior, trata-se de um bom negócio, pensando exclusivamente no que o jogador tem a agregar ao elenco (isto porque ninguém sabe quais são os valores envolvidos no negócio, nem quais possíveis acordos foram feitos com o ex-clube do jogador). Prass tem experiência, já ví fazer partidas impressionantes, e poucas vezes foi flagrado cometendo erros grotescos. É o tipo de goleiro que precisávamos para disputar a Libertadores e retirar novamente a pressão de cima dos goleiros da base.

Passamos agora à “bomba” da semana: a possível contratação do meia argentino Riquelme. É inegável sua qualidade técnica demonstrada num passado distante no Boca, Barcelona e seleção argentina. Porém muito tempo passou, e hoje Riquelme tem 34 anos, e terminou a Libertadores deste ano já se queixando de que não conseguia mais aguentar o ritmo dos jogos da competição. Além disso, Riquelme sempre foi lembrado na imprensa por não ser daqueles jogadores “bons de grupo”. Diz-se que costuma causar rachas na equipe, e isto, num clube fragilizado como o Palmeiras, é certeza de graves infortúnios.
Assim, pensando no Riquelme de hoje, não naquele do passado, não há porque trazê-lo. Mais ainda porque, apesar de em campo não ser mais o mesmo, fora dele continua sendo uma estrela midiática, portanto, desejará receber um salário compatível com tal estrelato. A pedida deverá ser ainda maior se for para jogar também na segunda divisão. Somando-se tudo isso, a conclusão é que dificilmente Riquelme poderá ser um bom negócio, tanto para o futebol, quanto para as finanças do clube.

A outra especulação do momento, o zagueiro Torres, do Millonários, é também temerária. Poucos devem se lembrar de que o atleta já chegou a atuar pelo São Paulo entre 2005 e 2006, sem nenhum destaque. Pelo seu atual clube também não chegou a apresentar nada de exuberante a ponto de valer queimar uma vaga de jogador estrangeiro com sua contratação. Será que realmente não há zagueiros mais interessantes por aí? Há rivais nossos, por exemplo, de olho no zagueiro Lúcio, da Juventus da Itália. Isso sim é que é zagueiro!

Enfim, é mais uma vez decepcionante acompanhar o mercado da bola palmeirense. As vacas magérrimas continuam a pastar pelos lados de Palestra Itália, enquanto o torcedor, mais do que nunca, gostaria de ver a diretoria tentando trazer atletas que fizessem nosso Palmeiras voltar a ser visto como favorito no futebol nacional, e não como a incógnita que nos acostumamos a ser todos os anos. O que o torcedor mais anseia é por poder voltar a abrir os jornais e ler que estamos contratando meias mais promissores, como Montillo, atacantes consagrados, como Robinho, enfim, que soubéssemos que temos uma diretoria que pensa grande o suficiente para podermos voltar a encarar de frente a elite do futebol mundial.

O Maluco.

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