O doce sabor da vitória - uma análise dos frutos do título

Mais de 24 horas tiveram que passar para que a euforia do bi-campeonato baixasse eu eu conseguisse escrever a respeito de nosso retorno ao topo.
Neste momento, escrever sobre o jogo do 1 x 1 com o Coxa é redundante. Já se falou sobre isso ontem o dia todo, na tv, no rádio, nos jornais, nos blogs, nos bares, empresas, enfim, em todos os lugares. Mas hoje, mais de 24 horas após o título da Copa do Brasil, a euforia se mantém não apenas pela taça, mas principalmente devido aos frutos que este campeonato trará.

Em primeiro lugar, a exposição que o Palmeiras voltou a ter no Brasil inteiro foi gigantesca. E neste ponto não adianta apenas culparmos a Rede Globo, que nos colocou em um sub-patamar de exibição, junto com Santos e abaixo de Corinthians e São Paulo. Nos últimos anos acumulamos times muito ruins e derrotas vexatórias que inibiam a massa alviverde de bater no peito e gritar "Aqui é Palmeiras!", e a ausência desse orgulho levava ao descrédito da mídia cada vez maior sobre a SEP. Digo "a massa palmeirense", porque isto não se aplica a todos nós, mas àqueles que compõem a maior parte de qualquer torcida, para a qual se o time não vai tão bem, não sofrem como nós sofremos ao longo dos últimos anos. Apenas distanciam-se do futebol e aguardam por tempos melhores.
A partir do dia 11 de julho de 2012 essa massa voltou a sorrir para o futebol e se orgulhar de ser palmeirense. Essa massa voltou a ocupar as ruas com o grito de campeão. Nossa camisa voltou a estampar o distintivo de um título de grande expressão. Tudo isso limpa da mídia a imagem ruim de nosso Palmeiras, volta a exigir de todos o devido respeito que nossa história vitoriosa merece, e nos recoloca como candidatos ao título em todas as competições que entramos.

Além disso, a Copa do Brasil, como chegamos a escrever muito aqui no Arrancada Heróica bem antes de estarmos nas finais, é uma competição excelente para se vencer em termos de planejamento da equipe. Junto com o título vem a classificação para a Copa Libertadores do ano que vem, e com isto pode-se dizer que a Copa do Brasil é o único torneio que permite ao vencedor dizer, ainda no primeiro semestre, que o ano já está ganho, já se está num grande lucro! Agora 2012 passará tranquilo, basta nos preocuparmos em não ficar nas posições perigosas do fundo da tabela do Brasileirão. Fora isso, caso o campeonato nacional e a Sulamericana não nos reservem novas alegrias (e espero sim que reservem muitas!), já estamos com a temporada garantida. Desde julho podemos nos preparar para 2013, cientes de que participaremos da maior competição internacional das Américas, e com isso poderemos desde já alavancar maiores patrocínios e atrair jogadores de alta qualidade para nosso elenco.
Isto é o que de melhor este título nos proporcionará: tranquilidade para o restante da temporada 2012, e excelentes perspectivas para 2013. Fantástico!

Por fim, mas não menos importante, a arrecadação aumenta muito com este título. Como noticiou o 3VV, a campanha da Copa do Brasil arrecadou mais de 8 milhões de reais com premiações. Estádio cheio e patrocínios de oportunidade aumentam esse bolo, e provam mais uma vez que bom e barato não existe no futebol: time bom e campeão é o que mais fortalece as finanças do clube. Time ruim apenas puxa a draga mais para baixo.
Com o time em alta as bilheterias aumentam, a venda de camisas e demais produtos associados à marca Palmeiras crescem significativamente, etc.


Nisso tudo nem mencionei a provável permanência de Valdívia e até mesmo de Felipão, que parece estar pensando melhor no assunto. O técnico, que chegou a passar por momentos difíceis no time, ficando em situação quase insustentável, hoje tem a equipe nas  mãos. A festa da vitória mostrou que, na reta final, Felipão conseguiu unir o grupo como há tempos não se via, formou novamente a famosa "família Scolari" que há muito ele  mesmo não conseguia formar. É isto que hoje deve estar pesando em sua cabeça: agora que tudo está certinho, que a pressão foi embora, que seu trabalho foi novamente glorificado, e que a equipe encaixou e está muito unida, vale a pena largar para começar tudo de novo em outro lugar? Vale a pena para Felipão abdicar da Libertadores no ano que vem, para montar um seleção para 2014? Eu penso que não. Hoje Felipão atingiu uma situação estável e muito boa no Palmeiras, da qual ele deve querer desfrutar. Assim espero que seja!

Concluindo este post, ainda tomado de muita euforia pela título, gostaria de comentar sobre o elenco. O time foi muito guerreiro, e sem esta garra não teria sido campeão jamais! Nos dois jogos finais o time teve de jogar desfigurado, com uma escalação complicadíssima para o jogo decisivo, sem Valdívia e Barcos, perdendo T. Heleno no meio do jogo, Luan com uma perna só e tudo mais. Só um time com muita garra é capaz de dar a volta por cima numa situação dessas, e ainda assim conquistar o título!
Tudo isso para dizer que este time ganhou cara, hoje tem um esquema tático bem definido, e tende a ter um ataque mais criativo do que teve nas finais, pois voltará a contar com nosso ótimo centroavante, e Valdívia. O setor defensivo está muito bom com Henrique em sua nova função. Palmas para Felipão que soube armar esta defesa.
Porém, não é por isso que a diretoria deve acreditar que tem um ótimo time e pode apenas manter os jogadores para 2013. Pelo contrário. Começamos a ter um time mais forte agora que o esquema felipônico está funcionando, e o que a diretoria tem a obrigação de fazer é procurar fortalecer a equipe. Deve aproveitar todo o dinheiro que está entrando neste momento e o atrativo de jogar a Libertadores, para trazer atletas de altíssimo nível. Precisamos destes jogadores em várias funções: no ataque, mais um atacante rápido como um Nilmar seria muito bem vindo, um meia de muita qualidade para fazer companhia (e sombra) a Valdívia, temos Wesley como volante se recuperando, mas ainda assim, traria mais um como um Guiñazu e venderia Marcio Araujo. Enfim, o time hoje inspira mais confiança, mas ainda pode e precisa ser muito reforçado para sermos cada vez mais temidos pelos adversários!
Em campo já fizemos o que era necessário, agora é hora de os comandantes fazerem a sua.

Saudações a toda a nação palmeirense, hoje o maior campeão nacional, novamente na ponta com maior número de participações na Libertadores, e com o orgulho de voltar a bater no peito e dizer: "Aqui é Palmeiras, campeão, porra!".

O Maluco.