sexta-feira, 6 de julho de 2012

Análise do jogo: estamos quase lá, mas pés no chão.

Ontem, diante da Arena Barueri lotada e fazendo uma festa memorável, o Palmeiras conseguiu a vantagem que dá alguma tranquilidade para a partida de volta. Porém ainda é uma tranquilidade mínima, devido à força de nosso adversário jogando em casa.
Mas vamos à análise do jogo.


A Defesa
É inegável que ontem tivemos uma das atuações mais instáveis de toda a campanha da Copa do Brasil, mas a sorte estava do nosso lado como há muito tempo não se via. Só isso pode explicar o final do primeiro tempo em 1 x 0 para nós. Em 15 minutos de partida, o Coxa teve ao menos 3 chances claras de gol. Perto dos 25 minutos, dois atacantes ficaram com uma bola espirrada pela linha adiantada da defesa para o meio da área. Era só escolher qual dos dois empurraria a bola para dentro do gol. Mas, com a sorte dos campões, um trombou com o outro e a bola veio mancinha para as mãos de Bruno.
Nosso golerio foi um dos principais nomes para garantir o zero no placar do Coritiba, fazendo defesas quase impossíveis na primeira etapa.

Com a atuação pífia da defesa até que o placar mais tranquilo de 2 x 0 fosse construído, ficou muito evidente que quem deu estabilidade ao nosso setor de marcação foi Henrique, jogando em sua nova função como volante. Sem ele alí, a defesa voltou a ficar exposta e desorganizada. Mais ainda: dois, dos nossos três volantes, são extremamente lentos (Márcio Araujo e Assunção), sendo medonho vê-los tentar acompanhar as arrancadas dos rápidos meias e atacantes do adversário.
Como disse, demos uma sorte gigante no primeiro tempo, porque no segundo entraram Lincoln e Tcheco! Não penso que são dois meias ruins. São até razoáveis, mas muito lentos. Quando ambos entraram, já no 2 x 0, o Coxa se tornou um time com velocidade normal de jogo, e assim, finalmente, nossa defesa conseguiu respirar e manter o zero no placar.

O ataque
Se a defesa tinha muita dificuldade, no ataque a coisa ia na mesta toada. Betinho, que substituiu Barcos, mostrou novamente que sua contratação é inexplicável. Jogador nulo, incapaz, como centroavante que é, de fazer o pivô, de prender um pouco uma bola à frente para esperar a passagem de um companheiro, enfim, incapaz de fazer o mínimo que se espera de um centroavante. Mas estava ele lá, porque se Felipão queria manter o mesmo esquema do ataque, mesmo sem Barcos, ele era o único jogador que a diretoria lhe deu para trabalhar.
Mazinho também estava em noite a ser esquecida. Mal pegava na bola, tinha dificuldades em fazer o domínio e não chegou a dar a mínima dor de cabeça para o adversário.

Mas a sorte, ah, a sorte dos campeões...
Sim, apesar da noite de terror que parecia se desenhar, tudo conspirou a nosso favor no jogo. Betinho teve a felicidade de sofrer um pênalti indiscutível já ao final da primeira etapa, quando o 0 x 0 estava barato para nós. Valdívia cobrou com muita tranquilidade e fez o torcedor em todos os cantos do planeta vibrar insanamente! Também é digna de nota a bonita homenagem do Mago para El Pirata na comemoração do gol. Barcos deve estar muito desapontado por ter que ficar fora de duas partidas de tamanha importância, e é bonito ver um gesto como este de seu companheiro.

Na segunda etapa nada mudou. O cenário continuava preocupante. Até que o Coxa deu aquilo que tem nos salvado em momentos de sufoco: a bola parada de Assunção. Numa falta pouco à frente do meio de campo, aos 15 minutos do segundo tempo, o volante colocou a bola na cabeça de T. Heleno, que guardou na gaveta. 2 x 0, e a nação alviverde explodia de emoção!
Nessa altura o Coritiba tinha que ir para o tudo ou nada: arrumar um golzinho fora diminuiria e muito o prejuizo, enquanto a manutenção do 2 x 0 tornava o jogo de volta extremamente delicado para eles, que com um gol nosso lá passam a ter que fazer 4 para vencer!
Mas, quando tudo estava muito bom para nós, Valdívia foi correta e burramente expulso, tomando o segundo cartão amarelo após entrada forte, sendo que o primeiro cartão foi levado por ter tentado ganhar 10 segundos fazendo embaixadinha ao invés de dar logo a bola para o adversário cobrar um lateral. Convenhamos, expulsão justa, e fruto de uma inconsequência do jogador, que não sabe controlar-se para evitar cartões.
Mesmo com um a menos a defesa começou a se comportar bem (como já dito, auxiliada pela entrada dos lentos Tcheco e Lincoln). E, aos 33 minutos, com a entrada de Maikon leite, tivemos a chance de realmente poder começar a gritar "É Campeão". O jogador recebeu em velocidade num contra-ataque fulminante, saiu cara a cara com o goleiro, fez o mais difícil, deixando-o para trás, mas na hora de rolar pro gol e correr para o abraço, se enrolou e a bola saiu mascada, dando tempo para o goleiro pegar sem grandes problemas.
Seria um gol para dar uma tranquilidade sem tamanho para a volta! Realmente um pecado tê-lo perdido.
Mas, por outro lado, o 2 x 0 já não era um placar que nem de longe pudesse ser esperado pelo que o time apresentou em campo.

Destaques
Valdívia, Thiago Heleno e Bruno foram os principais jogadores da partida. O primeiro era um dos poucos que não demonstrava sentir o peso da partida. Vendo que a bola não chegava da defesa para o meio, chamava a responsabilidade para si e ia buscar lá atrás o jogo. Era um dos poucos que acertava seus passes e procurava colocar a bola no chão e pensar o jogo. Parabéns ao nosso 10 que, infelizmente, não soube se controlar e fica fora do jogo de volta.
T. Heleno foi um zagueirão. Sofreu, como todo o nosso setor defensivo, devido à sua falta de velocidade para encarar o ataque muito ágil de nosso adversário. Mesmo assim foi muito sério em sua função, não dando mole para o azar e bicando a bola pra frente sem medo quando não tinha opção. Além de tudo, é um zagueiro muito bom no jogo aéreo, e aproveitou muito bem a oportunidade que teve para fazer o gol.
Por fim, Bruno, que segurou o zero do Coritiba. Fez uma partida irrepreensível. No início do jogo fechou o gol quando o Coxa pressionava com muita força. Devemos muito este resultado ao nosso goleirão!

A volta
O 2 x 0 foi o placar de quem fez à risca a lição de casa do mandante do primeiro jogo que quer ter alguma tranquilidade na partida de volta. O time deles, assim como foi contra o São Paulo e como parece ser uma constante desta equipe, até pressiona bastante jogando fora, mas não sabe fazer os gols. Ontem foi punida novamente, como foi no Panetone, quando levaram um gol com um jogador a mais e atacando o jogo todo! Na partida de ontem foram punidos com dois.
Porém, no Couto Pereira, por razões inexplicáveis, eles fazem os gols fáceis que perdem fora. Por isso nossa defesa não poderá estar a baba que estava ontem. E temos muitas razões para confiar que não estará. Henrique retornará, e este é nosso maior trunfo. A defesa palmeirense no novo esquema que Felipão armou com ele de volante é muito, mas muito mais consistente. Henrique é um xerife da zaga, organiza e vai mordendo as bolas que rondam a entrada da área.
Portanto, penso que se nosso ataque estará ainda mais fragilizado pela ausência de Barcos e agora também de Valdívia, por outro nossa defesa será muito mais consistente, e poderemos perder por até um gol de diferença que saímos campeões!
É um jogo certamente para tirar o Betinho e entrar para explorar os contra-ataques rápidos, porque o jogo indiscutivelmente terá essa pegada: pressão constante do Coxa, e nós tendo que saber usar esta arma para matar o jogo. Betinho não tem o mesmo domínio de bola de Barcos para prender a bola na frente, tampouco tem velocidade para explorar o contra-ataque. Entrar com Mazinho e Maikon Leite pode ser uma solução e tanto. Se fizermos um golzinho ainda no primeiro tempo o jogo fica muito na nossa mão.

Estamos perto, muito perto. Mas a decisão está longe de estar sacramentada. A partida de volta será uma guerra, e temos uma semana para chegar lá mais preparados do que estávamos ontem. Não podemos ser surpreendidos.
Força Palmeiras, #FORZABIGODE
SEREMOS CAMPEÕES!


O Maluco.

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