Felipão mexeu muito bem. A partida estava sendo cozinhada no perigoso placar de 0 a 0 até os 15 minutos do segundo tempo. Tomar um gol neste momento poderia ser fatal. Com a entrada de Luan no lugar do estreante e inútil Betinho (algo que já se esperava) e de Maikon Leite no Mazinho, o panorama mudou. Luan estabilizou a marcação pelo lado esquerdo e ainda virou um ponto de apoio com fôlego renovado para o ataque. Maikon Leite por sua vez já está virando peça manjada, mas nem por isso perde sua eficácia. Felipão achou o ponto exato deste jogador: é atleta de segundo tempo - e realmente tem todas as características para isso. Maikon alia muita velocidade com certa dose de habilidade. Porém, é raríssimo que algum jogador consiga manter tal velocidade durante 90 minutos. Sendo assim, Scolari passou a colocar Maikon Leite sempre após os 15 minutos da segunda etapa, o que possibilita um aproveitamento completo do potencial deste jogador: ao invés de colocar Maikon para jogar de igual para igual desde o início da partida contra os zagueiros adversários, Felipão lança o jogador quando a partida já está ficando morna, com todos desgastados e até mesmo desatentos. Neste momento, entra um atleta novo em folha, armando uma correria desgraçada pra cima dos backs, que já estão com as forças exauridas. O resultado tem aparecido em todas as partidas: Maikon Leite desequilibra no fim do jogo. Se não faz um gol, tem armado a jogada para que outros façam. Foi o que aconteceu nesta partida mais uma vez. Aplicou um belo drible da vaca no zagueiro e passou para Valdívia, que sem a mínima vaidade preferiu tocar de lado para Luan completamente livre e bem posicionado apenas empurrar para dentro e abrir o equilibrado placar.
A seguir o jogo ficou leve para nós, e as jogadas começaram a sair com mais facilidade. Em bola levantada no escanteio, Henrique (em uma noite extremamente feliz) matou o jogo e nos colocou nas cobiçadas semi finais da Copa do Brasil.
Dito isto, é preciso agora ser sincero para analisar do que se trata este campeonato e o que é preciso para vencê-lo.
Indiscutivelmente o nível técnico dos times que estão chegando no funil desta edição da Copa do Brasil é dos piores nos últimos anos. Basta dizer que Palmeiras, São Paulo, Coritiba e Grêmio (provável classificado de hoje) não apresentam nem ao menos um padrão de jogo muito claro. Seus adversários anteriores eram, para dizer o mínimo, fraquíssimos. Em alguns casos até patéticos.
Sendo assim, quem chegou até aqui escapou da eliminação ridícula. Das quatro equipes que estão nas semi finais, é possível dizer que três (São Paulo, Palmeiras e Grêmio) estão brigando contra as crises diariamente. Não posso opinar muito sobre o Coritiba pois realmente não tenho acompanhado sua temporada, mas a desvantagem de sua estrutura em relação à dos demais semifinalistas deve compensar um possível clima mais ameno (uma vez que é o único semifinalista que conquistou o título estadual neste ano).
Portanto, dado o nível baixíssimo dos times, só se pode dizer que será campeão aquele "menos pior", o que conseguir, na reta final, parar de tomar gols bobos e manter o equilíbrio emocional.
Nisto é certo que os quatro times terão muita dificuldade. Não acredito no Coritiba, acho que tecnicamente está abaixo dos demais. Em termos de elenco, não temos o melhor também, mas temos um técnico que, se parar com as birras e prestar mais atenção, finalmente verá que falta muito pouco para voltar a ser o copeiro de sempre! O jogo de hoje mostrou que o elenco está unido, mas daqui para frente só isto não basta. Quem não apresentar um bom futebol, com raça e qualidade, cai fora.
Mais do que nunca é preciso focar nos objetivos. Força Felipão, força Palestra. É hora de controlar os nervos e as crises. Quem fizer isto, será o campeão.
O Maluco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário